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Cinco maneiras de evitar defeitos em solda

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Os defeitos em solda podem ser os mais variados possíveis e podem ocorrer de diversas maneiras, sendo que geralmente ocorrem por problemas ou descuidos durante a operação de soldagem. Trincas, fusão incompleta, sobreposição, tudo isso são problemas que, quando ocorrem acabam trazendo uma série de atrasos e interrupções nos processos; isso quando não trazem problemas maiores, com falhas na solda que podem ser altamente prejudiciais à sua aplicação. 

 
Para que isso não ocorra, algumas precauções podem ser tomadas pelos operadores de soldagem. Confira cinco maneiras de evitar defeitos na solda e aplique-as na sua rotina o quanto antes. 
 

Prefira metais de enchimento de baixo hidrogênio

Sempre que possível, optar por metais de enchimento de baixo hidrogênio difundível deve ser uma possibilidade considerada. Isso porque ao soldar aços com base em ferro, esse tipo de enchimento auxilia a evitar trincamentos induzidos por hidrogênio, os chamados trincamentos a frio. Esse tipo de trinca ocorre geralmente algumas horas ou dias após o esfriamento da solda e ocorre devido à tensão residual do material de base somado à presença de hidrogênio da solda. Quando falamos em materiais mais espessos, há uma maior propensão de calor que, por sua vez, leva à taxas de resfriamento mais rápidas, o que faz com que o hidrogênio excedente eleve as tensões residuais da solda, causando o trincamento. 
Assim, metais de enchimento com designador H4 ou H8 - que contém menos de 4 ou 8ml de hidrogênio, respectivamente - são boas opções para evitar esse tipo de defeito. 
 

Atenção no ajuste e o projeto da junta

Além do trincamento à frio, pode ocorrer o trincamento à quente e, uma das principais causas desse defeito é um ajuste inadequado da peça ou a falta de um projeto de junta. Isso porque, sem esses o que pode acontecer é o operador de soldagem tentar compensar algum possível defeito com um cordão de solda mais largo para a fundição do metal. Ao fazer isso, a solda resultante pode ficar com uma garante muito fina e fraca, gerando então tensão no centro e causando o trincamento que pode ser notado tão logo ocorra o resfriamento da solda.
Para evitar esse problema, o ideal é projetar a junta de maneira que o operador tenha fácil aceso à raiz, garantindo assim uma proporção adequada entre a largura do cordão e a sua profundidade. 
 
 

Atenção ao material antes e após a soldagem

Cada material se comporta de maneira diferente durante e após a soldagem e isso deve ser sempre observado. Por exemplo, aços de alta resistência, por possuírem um elevado teor de liga ou carbono, são menos dúcteis e, por conseqüência, mais propensos a ter defeitos de solda por trincamento. Esses tipos de aço também podem formar martesita, que é a criação de de áreas na estrutura dos grãos onde o hidrogênio está armazenado, causando o trincamento. Para evitar isso, é importante seguir alguns procedimentos de soldagem, como o pré aquecimento dos materiais durante o tempo e temperatura recomendados, garantindo assim uma distribuição uniforme do calor quando na soldagem. O mesmo vale para quando houver a recomendação de tratamentos térmicos posteriores à soldagem. Esses tratamentos térmicos são importantes para que ocorra a liberação do hidrogênio difundível, evitando assim o trincamento.
 

Atenção às resistências do metal de enchimento e material de base

Cada material possui uma resistência diferente e assim é muito importante estar atento à ela versus o metal de enchimento. Deve haver uma correspondência entre elas e à tensão usada para evitar defeitos de solda. Elas devem ser o mais próximas uma da outra. Caso sejam diferentes, um material de baixa resistência sobre um de maior resistência, por exemplo, é importante combinar o metal de enchimento com um pouco do de baixa resistência para minimizar o trincamento que pode vir a ocorrer. No caso da execução de soldas de filete ou ainda de aplicações que exijam a penetração parcial da junta, opte por um metal de enchimento com menor resistência em comparação ao metal de base, vez que esse procedimento também ajuda a minimizar as tensões residuais.
 
 
 

Faça a correta armazenagem do metal de enchimento

Uma das causas de defeitos de solda é a armazenagem incorreta dos metais de enchimento. Umidade, poeira, óleo ou detritos que possam se acumular ao metal causam uma série de defeitos na solda; assim, é importante estocar corretamente e, se possível criar um sistema ou procedimentos de armazenagem e manutenção para evitar futuros problemas. É importante manter o metal de enchimento em um local seco e fresco, e preferencialmente em sua embalagem original, pelo menos até o primeiro uso. Além disso, é importante observar se a área em que estará armazenado possui a mesma temperatura da célula de soldagem, evitando assim uma possível condensação que ocorre ao mover o material de uma área fria para uma quente, fazendo com que o metal absorva umidade e assim prejudique a solda. Caso a temperatura seja diferente, o ideal é levar até o local em que será utilizado, ainda dentro da embalagem, e esperar um tempo até a sua aclimatação para, só então abrir a embalagem para uso. Outro ponto importante é o operador sempre usar luvas para manusear o material, mais uma vez para evitar a umidade. Rolos abertos e que não estiverem em uso devem ser acondicionados em sacos ou embalagens plásticas que protejam o material de quaisquer agente externos.